Todos
amamos. Está na natureza de todos os seres vivos o amor, o acto de amar.
Amamo-nos a nós, aos outros, a objectos e a situações. Tudo é alvo do nosso
amor e tudo o compõe.
O amor é lindo e o amor é tudo.
Aprendemos
a amar desde aquele momento em que vimos ao mundo, em que abrimos os olhos e,
sem o saber, procuramos o aconchego no peito da nossa mãe. E continuamos.
Continuamos a amar e a aprender a amar, mesmo quando julgamos já ter aprendido
tudo. Mesmo assim, aprendemos que o amor não tem limites, nem regras, nem
metas. Se há conceito que assenta bem na eternidade, esse conceito é o amor.
Não encontro paralelo. Quiçá na infinitude do espaço possamos encontrar algo
análogo à infinitude do amor, quiçá.
Amamos,
amamos e amamos e, quando estamos cansados de amar, procuramos algo diferente
para... Amar. É de nós. É intrinsecamente de nós, o amor.
Comparo-o,
inevitavelmente, às nossas necessidades básicas de sobrevivência. Tão
importante como respirar, comer, beber, vestir. Amar é tão importante como tudo
isto e, mais. Amamos a vida e por si, amamos viver. Respirar, comer, beber e
vestir é viver, nada mais que isso, somente viver. São condições básicas da
nossa humanidade. Assim é o amor.
"Eu aprendi, que tudo o que
precisamos,
é de uma mão
para segurar e um coração
para nos entender."
(Shakespeare, William)
Tudo
o que precisamos é de amor e de amar e de sermos amados. Vejo esta situação
emocional como algo demais importante, como já defini. Vivemos sem comer? Não.
Sem vestir, beber ou respirar? Também não. Pois também não vivemos sem amor.
Seríamos uns espectros sem sentimentos, umas sombras indefinidas, pois o amor é
a base de todo o nosso sentimento. Como humanos, temos os nossos sentidos. Uns
mais apurados que outros. A visão, o olfacto, o tacto, o paladar e a audição.
São estes sentidos que dão sentido à nossa existência. São estes que nos
diferenciam uns dos outros. Nos tornam únicos, ímpares entre biliões de outros,
como nós. Mas há algo bem mais profundo que nos caracteriza. Esse algo é o sentimento
que habita dentro de cada um de nós. Há quem lhe chame a alma, há quem lhe dê
outros nomes. Eu, designo este sentimento como o amor. É universal e único,
tudo ao mesmo tempo. É o amor que nos define e nos caracteriza a todos,
individualmente. E, é com base neste semi paradoxo que afirmo: tudo o que
precisamos é de amor. Não de mais amor e não de menos, não de amar mais e não
de amar menos, somente precisamos de amor, só assim.
"Para Todo o Sempre"
Cláudio Barradas e Chiado Editora