quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Songs of lust and lost - a demanda da paz - terceiro

terceiro

Protegia este amor como se de um sonho se tratasse. Um tesouro alojado no meu peito, consagrado na minha pele. A pérola, única, escondida no remoto mais profundo do oceano mais vago. Uma preciosidade da alma, corroída pela erosão dos tempos idos. Presentes. Um pesadelo. Desembrulhava-o diariamente com temor. Brilhava ao aparecer mas era fugaz. Não obstante, martelava-o constantemente com propósito. Tal não era suficiente. Parecia que não. Sentia que não. Brindava este sentimento com a persistência da novidade, rindo ao confrontá-lo. Sorrindo ao perde-lo. Não havia dor nesta perda. Não há dor em nenhuma perda, depois de assumida. Soluçava por perder-te. Eu, não tu.

Cláudio Barradas

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