Levo
esta vida, a minha vida, não tenho outra. Esta vida é de mim, só de mim e sobre
mim.
Falo
de mim, sem medos ou receios. Sinto-me completo assim, bem assim. Por muito
passei, muito aprendi, muito assaquei por onde passei. De quem conheci. De quem
coloriu a minha vida. De quem eu deixei pintá-la e de quem eu fechei as portas,
não permitindo a sua entrada. Não dei hipóteses de a preencherem com memórias.
Por
vezes propositadamente, outras não. Apenas passaram e não entraram, ficando
bocados por preencher. Passaram ao de leve, de fora, sem interferências.
Nalguns casos fui implacável, noutros fui injusto. Todos somos uns, e uns de
cada um.
Dei
a cor que quis e a música que compus. Sou o pintor e o maestro da minha vida.
Pelo menos assim o julgo. Dei os passos que quis dar e nos momentos que julguei
oportunos, sendo que a oportunidade é criada por nós, quando queremos, quando a
vemos, quando a sentimos. Todo eu sou um emaranhado de emoções, de vida. Um
emaranhado de complexos “eus”.
Sou fervor andante.
Este
é o segredo de mim, a minha vida e nada mais que ela. Segredo, profundo, porque
dela só eu sei e nela só eu passei. Da vida vivida e da vida sentida. Da vida
respirada e da vida sofrida. Dos fogachos de felicidade e das cicatrizes
infligidas. Das eternas marcas que ficaram e comigo permanecerão. Dos momentos
eternos que passei. Das pessoas que conheci e das que não conheci, porque não
quis, porque não pude, porque não se proporcionou. Da família que tive e da
família que construí, ganhei, ganharam-me. De tudo e bem, só eu sei. E bem.
Este é o segredo de mim, profundo e pessoal. Carne da minha carne e sangue do
meu sangue.
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