quarto
A inconstância do sentimento habitava-me. Uma nebulada aura cingia-me à brutidão da inércia admitida. Perscrutava a alma à tua procura, não te encontrava. Noites infinitas de insónia surgiam como heroínas do meu tempo. Do meu tempo acordado. No entanto, não prescindia de fechar os olhos. Era assim que sonhava, acordado. No sonho, uno e corrido, imaginava-nos normais, uso corrente, de formas distintas. Acertávamos os dias que passaríamos, acordando num futuro que aspirávamos. Era monogâmico este sonho, cingido ao pesadelo da solidão de ti. Era eu, não tu.
Cláudio Barradas
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