quinta-feira, 9 de novembro de 2017

um todo

Realizamo-nos na realidade dos acontecimentos, sorvendo a sua energia. Calibramos a respiração, quando nos realizamos, numa melodia singela, frutuosa e aromática. Fossemos um todo e sentiríamos este acontecimento como uma rebelião de esforços dos nossos íntimos desejos. Do nosso olhar de transvio. Em conluio, gritaríamos quem não somos, lutaríamos por quem não quer e faríamos nada. Só, nada. Um vislumbre de tudo, do todo. De nada.

Fossemos um todo e revolucionávamos a nossa vontade de sermos. A nossa pretensão de contrariar o nada, de o esmiuçar e reduzir a tudo, do nada. Fossemos um todo e singraríamos de todo e por todos, apenas para sermos, o que não somos. Um todo.

Cláudio Barradas

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