quinto
Era mais um dia. E
outro, e outro. Passava o tempo, louco tempo de amar e não ser amado. Ripostava
com uma energia avassaladora. Dormitava sobre o tempo que corria, não parava de
correr. Estagnado estava o sentimento não retribuído. Tanto querer para nada
ter. Tanto abrir de olhos para muito olhar fechado. Tanta floresta verdejante
para tanto bosque cerrado. Ervas daninhas cresciam e proliferavam no tempo,
consumindo-o e contaminando o tempo que sobrava. Quase nada. Dia após dia, hora
após hora e minuto após minuto. Tudo passava, tudo corria. Dispendioso tempo
que consumia o tempo, sem nada. Mas era eu, não tu.
Cláudio Barradas
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