décimo primeiro
Ao aproximar-me de ti, fugias. Deslizavas
airosamente das minhas mãos, ávidas de ti. Queimavas-te com a minha
proximidade. Ardias de repulsa quando respirava perto de ti. Ao invés, ao
aproximar-me da tua alma, fumava a tua respiração, como se do último cigarro se
tratasse. Acariciava-te os sentidos com o meu peito e abraçava-te os desejos.
Sim, os teus desejos todos. Abria os braços, puxava o peito para trás e
abraçava-te com a minha imaginação, satisfazendo-te em retórica. Somente assim.
Tal não era a nossa proximidade, estávamos a léguas de distância.
Multiplicava por mil e ainda faltavam quilómetros para te ver, te sentir, te
abraçar. Nunca aconteceu. Era eu, não tu.
Cláudio Barradas
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