décimo terceiro
As folhas poisavam no chão. Caíam numa
cadência matemática. Uma após a outra, planavam em queda lenta, ao sabor do
tempo degustado. Orquestralmente alinhadas, aterravam com suavidade dispondo-se
ao longo do caminho. Apreciava esta harmonia. A substituição das folhas velhas
nos galhos despidos. Com o tempo, entre estações, iriam compor-se de verde.
Ninhadas de novas folhas, cresceriam nos seus postos, como um calmo nascer do
sol. Como era bonita a aurora neste processo. Como era esplendido e colorido o
falir das folhas. Como era bonita a vida. Como tu eras bonita. E eu? Eu,
apreciava este aparato como se de um grande musical se tratasse. Não faltava a
música. O vento tratava de assobiar belas melodias como catapulta desta
caminhada de vida. De falta de vida e de renascimento. Acredito que seja assim:
de renascimento. Todos morremos nesta vida, dando lugar a outros e a outros.
Renascemos em cada um que nos precede, sorrimos de geração em geração. Creio
nisto, assim como sou crente em nós. Era eu, não tu.
Cláudio Barradas
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