terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Songs of lust and lost - a demanda da paz - décimo terceiro

décimo terceiro


As folhas poisavam no chão. Caíam numa cadência matemática. Uma após a outra, planavam em queda lenta, ao sabor do tempo degustado. Orquestralmente alinhadas, aterravam com suavidade dispondo-se ao longo do caminho. Apreciava esta harmonia. A substituição das folhas velhas nos galhos despidos. Com o tempo, entre estações, iriam compor-se de verde. Ninhadas de novas folhas, cresceriam nos seus postos, como um calmo nascer do sol. Como era bonita a aurora neste processo. Como era esplendido e colorido o falir das folhas. Como era bonita a vida. Como tu eras bonita. E eu? Eu, apreciava este aparato como se de um grande musical se tratasse. Não faltava a música. O vento tratava de assobiar belas melodias como catapulta desta caminhada de vida. De falta de vida e de renascimento. Acredito que seja assim: de renascimento. Todos morremos nesta vida, dando lugar a outros e a outros. Renascemos em cada um que nos precede, sorrimos de geração em geração. Creio nisto, assim como sou crente em nós. Era eu, não tu.

Cláudio Barradas

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